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Transformadores
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Louis Oliver
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Postado:
Fonte:
27/01/23
Somos Diversidade
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Sou Professora e Atriz. Tenho 31 anos e sou formada em educação física, pós graduada em educação especial com Ênfase em Deficiência Intelectual, Física e Psicomotora. No momento curso letras português e espanhol. Desde os 15 anos eu aula. Comecei lecionando para turmas de 1° ao 5° ano e a antiga de progressão que visava auxiliar alunos com dificuldade de aprendizado. Me assumi homossexual aos 15 anos.
Eu sentia meu lado feminino aflorar desde cedo, mas por medo eu deixava meu verdadeiro eu adormecido. Eu ouvia dos meus amigos (da própria comunidade lgbt) que se eu fosse travesti (não se usava o termo trans na época) não seriam mais meus amigos. Então preferi abafar meus sentimentos me assumindo apenas como homossexual. Aos 18 anos em parceria com a ABIAids (Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS) que me cedia material para trabalho, passei a dar palestra aos professores de como lidar com alunos LGBT’s e e aos 22 anos entrei para a turma de extensão da UFRJ que formava profissionais de educação para trabalhar questões como sexualidade e diversidade sexual e de gênero.
Sempre que convidada atuo como palestrante. Minha última contribuição foi sobre educação física escolar e alunos transsexuais. Além do meu trabalho educacional sou oradora espírita e sacerdotisa Helênica do Templo Telestérion de Olímpia onde resgatamos de forma reconstrucionista os cultos pagãos antigos do panteão Grego/Helênico. Em 2020 antes de entrar no período pandêmico, havia (finalmente) tomado coragem e me assumido trans abertamente para a minha família, amigos e no ambiente de trabalho. Meus amigos e sobrinhos foram maravilhosos comigo e me fortalecem nessa caminhada.
Quando ia começar a buscar o acompanhamento médico para transição hormonal entramos em Lockdown. Hoje conduzo o projeto Corpus Plenum com minhe parceire trans NB Elly Eiko e conduzo o Transleitura que visa fomentar a literatura LGBTQIAP+.
Quais as maiores conquistas e os maiores desafios em sua vida/carreira?
A maior conquista é justamente poder estar onde estou. Consegui me formar e me especializar e estar trabalhando com o que estudei durante anos me é muito satisfatório. Ainda sofro algumas dificuldades em vestimenta e uso de banheiro. Mas aos poucos venho enfrentando meus superiores quanto a isso.
Ser uma pessoa trans foi dificultador ou não teve importância nesta sua trajetória?
Como me assumi tarde não, tinha grandes dificuldades. Por ser muito afeminada quando jovem, as vezes tinha que tomar cuidado e ir embora rápido para não apanhar de colegas da escola.
Para as pessoas e profissionais trans, que recado você deixaria?
Não desistam! Lutem! Vamos ocupar os espaços que são nosso POR DIREITO! CHEGA de vivermos as margens da sociedade!
Para a sociedade, qual recado você deixaria?
Melhorem quanto sociedade! Deixem de hipócritas e se desapeguem de todo esse fundamentalismo infundado. Vocês não são melhores que nós…
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